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Narnia 2 na Revista Época - 24/05/2008

Uma Nova Viagem por Nárnia.
      
         Na vida real, apenas dois anos e meio se passaram desde que a fábula com leve pincelada teológica O Leão, A Feiticeira eo Guarda-Roupa alcançou os cinemas. Naquele filme - a primeira produção cinematográfica da série literária do inglês C.S. Lewis-, quatro crianças entram num guarda-roupa e são transportadas para o reino de Nárnia. No novo filme da série, O PRÍNCIPE CASPIAN, as quatro crianças – Susan (Anna Popplewell), Peter (William Moseley), Edmund (Skandar Keynes) e Lucy (Georgie Henley) – entram num vagão do metrô londrino para ser levadas a outra época no reino de Nárnia. Desta vez, 1.300 anos se passaram, a neve do primeiro filme deu lugar a pastos e montanhas, o mundo está em ruínas, e eles enfrentam um mundo de conspiração política.
          Novamente dirigido por Adam Adamson, essa segunda parte de Crônicas de Nárnia segue pelo mesmo caminho de bem-sucedidas fantasias seriadas do cinema. A continuação flui melhor, pois a engrenagem está mais calibrada, mas o clima é mais sombrio e violento. Talvez esse seja um dos problemas de o estúdio Disney ter arrecadado US$ 15 milhões a menos que o esperado na bilheteria de estréia nos Estados Unidos, apesar de uma robusta arrecadação de US$ 55 milhões.
          A agenda cristã de C.S. Lewis some da história, apesar de o leão Aslan se materializar no filme por causa da fé da garota Lucy. Há uma mudança na estrutura narrativa, uma vez que boa parte da história desse livro de Lewis (considerado o mais fraco da série de sete) é narrada por flashbacks. Mesmo assim, Adamson criou um filme satisfatório, com vertiginosas cenas de batalha, algumas com idéias, digamos, carinhosamente emprestadas da trilogia O Senhor dos Anéis, de Peter Jackson.
          Apesar de maravilhas tecnológicas, o grande trunfo de O Princípe Caspian é a presença dos dois novos personagens. O primeiro é o vilão Miraz, o déspota que rouba o reino do próprio irmão e lança uma fatwa contra o sobrinho. Miraz é vivido por Sergio Castellito, ator e cineasta italiano reverenciado como o novo Marcello Mastroianni. No papel de Príncipe Caspian, o sobrinho que enfrenta a fúria do tio, está o jovem inglês Ben Barnes (leia a entrevista abaixo). Barnes consegue imprimir um maneirismo divertido ao perene clichê: um sotaque mediterrâneo meio macarrônico. Essa foi a solução encontrada pelo diretor para criar um consenso sonoro entre os diálogos proferidos por atores que vieram da Itália, da Espanha e do México. Marcelo Bernardes, de Nova York
                                                  Papo rápido > Ben Barnes
         O galã inglês, de 26 anos, é apontado como o novo Orlando   Bloom. Centenas de atores foram testados para o papel. Como você se preparou para o teste?
        Ben Barnes –
Li o livro (Crônicas de Nárnia – O Príncipe Caspian) e sabia que ele tinha um sotaque meio espanhol. Fucei minha coleção de DVDs em busca de um filme de Antonio Banderas, e nada. Mas achei a fábula A Princesa Prometida. Enquanto assistia ao filme, ia falando em voz alta diálogos do tipo “Você matou meu pai!” com um sotaque que eu achava ser igual ao do Banderas. Eles gostaram (risos).
         Você é considerado o galã da vez, alguns o chamam de o novo Orlando Bloom. Como lidar com essa fama súbita?
          Barnes –
Eu fico tremendamente encabulado, é lógico! A única situação em que me peguei um pouco deslumbrado foi há poucos dias. Eu passeava de carro por Los Angeles e vi o pôster gigante do filme, que tomava toda a lateral de um edifício de mais de dez andares. Parei e tirei uma foto com meu telefone celular. Não seria normal se não o tivesse feito. Mandei-a para meu irmão, e ele respondeu: “Veja bem, não se anime tanto. O cara do pôster nem se parece muito com você, não com todo esse bronzeado falso!”.